sexta-feira, 12 de setembro de 2008

...só isso?



Pra mim, parecia estranho, até começar a notar: nenhum momento parece pior do que aquele em que um problema finalmente foi solucionado.
Vem a euforia, o alívio, o agradecimento a Deus por esse novo começo ou por um tão esperado fim... e poft, você desmorona num desânimo incompreensível. Se qualquer semelhança com sua realidade não for mera coincidência, seja bem-vindo ao clube.
Agora, vejamos sob outro prisma: quando se chega no topo, tudo o que se enxerga é descida, não? Enquanto você está preocupado com a subida, só toma conta do esforço que está empregando nela, mas só quando finalmente chega é que percebe como está com sede, as pernas dóem e a cabeça lateja.
É aí que você vê que esteve lutando, aí que se examina e sente um pouco de auto-piedade por não ter sido tão fácil quanto é para os outros, e pior de tudo, é aí que você se dá conta de que aquilo por que você tanto batalhou era alcançável! Ou seja, ou você que foi um inútil de não ter conseguido antes, ou a conquista é mais banal do que parecia...
E quando nos damos por satisfeitos? Me pergunto se reproduzimos numa escala menor essa sede insaciável de novidades da pós-modernidade, ou se somos nós que a criamos e alimentamos o tempo todo.
Acho que vou preferir não encontrar a resposta...

João Rodrigues