sexta-feira, 13 de maio de 2011

Cinco de maio de dois mil e onze

Estava tentanto juntar tempo e material para, depois de tanto tempo, publicar aqui mais um texto pessimista falando sobre o caos do mundo. Aí, nesse 05 de maio, surgiu uma notícia que mudou meu dia; pelo menos por enquanto, mudou minha perspectiva também.
Cinco de maio de dois mil e onze (escrito do jeito dos convites de casamento mesmo) vai entrar pra história, pelo menos para a minha, como o dia em que o Brasil deu um passo incomensurável nos direitos humanos e no laicismo de seu Estado, aprovando a união civil entre homossexuais. Sim, com tantos problemas tão urgentes no país, foram resolver solucionar justo esse - e eu mesmo concordo que não era dos mais eminentes a se analisar - mas bem, era um problema, e alguém precisava ir lá resolver.
E todo mundo sabe como são as soluções de problema no Brasil: alguém lança uma propaganda faraônica prometendo a solução para tudo em X anos, e depois de X+200 anos, o problema ainda está lá, só que mais bem maquiadinho. Aí eu esperava o mesmo para essa questão da união civil, que era algo que, queeeeeeem sabe, lá pra 2100 alguém ousaria começar a discutir. Mas resolveram acertar esse erro monstruoso da nossa constituição no dia cinco de maio de dois mil e onze.
Valendo desde essa segunda-feira, o homossexual deixa de ser uma sub-categoria da sociedade, uma minoria que só pode recorrer a seus direitos através de liminares e interpretações de leis e artigos. Dessa vez está lá, preto no branco, dizendo que tem que ser tudo igual pra todo mundo.
Num contexto em que se briga por cada vez mais facilidades pro divórcio, novos cidadãos legalmente igualados chegaram pra levar um pouco mais de amor; e que ninguém duvide, era disso mesmo que o mundo precisava.
Posso estar enganado, mas deu um pouco mais de confiança no futuro não tão distante desse "país do futuro". 
Meu post pessimista fica pra depois.



João Rodrigues

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