Acho bonitinha e saudável essa facilidade com que os adolescentes brincam com os rótulos; nem sei mais quais são os grupelhos dessa garotada de hoje, e tenho quase certeza de que passaria um belo carão citando aqui os do "meu tempo". Pouco importam os nomes, o importante mesmo é que essa fase de identificação favorece muitas trocas e facilita um pouco o questionamento de quem eu sou e qual o meu lugar.
Mas, como tudo na vida, só vale a pena se tiver começo, meio e fim. Na superfície de tudo, a consequência mais imediata disso é a segregação, algo que definitivamente não é bacana de se carregar para a vida adulta. E eis que você anda pela São Paulo do famigerado 3º milênio e encontra um bom tanto de indivíduos nos seus 20 e poucos - ou mais - que só toleram estar cercados por aqueles de mesmo "estilo" (leia-se roupas e música, no máximo, porque ideologia é algo que já morreu faz tempo). Soa como se ainda nos detivéssemos na superfície, esquecendo do básico do básico do básico das relações humanas: conhecer a pessoa, e não essa película efêmera que a recobre. Ou será que "conhecer" já virou sinônimo de "imitar"?
Nesse cotidiano já conturbado de superação do outro em que vivemos cada vez mais, chegar na fase adulta com essa mentalidade adolescente pode ser uma grande vantagem em termos de competição; mas acho que, no que toca as relações Humanas, a despeito da abrangência do termo, não damos conta de conhecer um ao outro porquanto não nos detemos no acontecimento dessa pessoa para si, diga-se, o fenômeno humano que representam as trocas, e não a simples passagem, sob o risco de nos vermos cercados de estilo, mas não de pessoas...
João Rodrigues
Um comentário:
Eu nunca me encaixei em nenhum desses grupinhos de adolescentes...sou feliz assim, sem grupo mesmo.
Acho tão engraçado ver esses grupos hj em dia...claro q é uma fase, estão definindo personalidade, enfim, mas é muito engraçado, vai! Tem uns q eu sinto até vergonha por eles, sabe?
Valeu pelo recado no meu blog!
bjsss Nino
=)
Postar um comentário